Graça
O insulto da fome ao pobre tu não aplacarás
e o desvelo do vingador tu não aclamarás
e a casa a ser demolida tu não protegerás com teu corpo
e o carrinho da bebê impulsionado ao céus por um redemoinho
tu não apanharás nem baixarás suavemente
e o reino do mal tu não expulsarás.
e o desvelo do vingador tu não aclamarás
e a casa a ser demolida tu não protegerás com teu corpo
e o carrinho da bebê impulsionado ao céus por um redemoinho
tu não apanharás nem baixarás suavemente
e o reino do mal tu não expulsarás.
volta-te então para sua casa
para aquele que te ama
para o único que é teu
para o apelo amarelo nos seus olhos estreitos
e enterra o teu rosto em seu pelo.
para o único que é teu
para o apelo amarelo nos seus olhos estreitos
e enterra o teu rosto em seu pelo.
Uma carícia
para um gato
no mundo
para um gato
no mundo
Tesouro
No inverno os guardas arrancaram o cobertor da
pele dos habitantes do jardim. Um deles não verá o dia.
pele dos habitantes do jardim. Um deles não verá o dia.
Na primavera foram lançadas garrafas cegas
nas casas assinaladas, que se incendiaram.
nas casas assinaladas, que se incendiaram.
À noite busquei refúgio em teu corpo
como um menino se abriga no pé de morango.
como um menino se abriga no pé de morango.
Ouvir somente a tua respiração
apoiar-me em ti da cabeça aos pés e por um instante
apoiar-me em ti da cabeça aos pés e por um instante
não ver nuvens de veneno e de ocaso
acumulando-se pesadas.
acumulando-se pesadas.
Que mais direi.
Que és na minha pobreza o tesouro oculto
que a mão deles não alcançará.
que a mão deles não alcançará.
Que eu seja na tua pobreza o tesouro oculto
que o saber deles não alcançará.
que o saber deles não alcançará.
Assim
O gato escapando em um perfeito arco
sobre a cerca, as crianças, rindo atrás do muro,
não saberão como a dor ataca
como uma voz que incessantemente lamentava,
e de repente é ouvida.
Que brava paciência
teve o frágil professor de piano, como,
quando os demais deixaram um por um,
olhar para baixo, eu permaneci a última
pela música, ou pela fragilidade,
as mãos ainda apertam o livro
quando os olhos se fecham,
assim deve-se preservar o amor
porque, como uma estrela, ele nos abriga nas noites
mesmo morto.
sobre a cerca, as crianças, rindo atrás do muro,
não saberão como a dor ataca
como uma voz que incessantemente lamentava,
e de repente é ouvida.
Que brava paciência
teve o frágil professor de piano, como,
quando os demais deixaram um por um,
olhar para baixo, eu permaneci a última
pela música, ou pela fragilidade,
as mãos ainda apertam o livro
quando os olhos se fecham,
assim deve-se preservar o amor
porque, como uma estrela, ele nos abriga nas noites
mesmo morto.
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